terça-feira, 16 de abril de 2024

Israel derrotado pelo Irã


Israel insiste em retaliar porque aceita que foi realmente derrotado pelo Irã. 


Se Israel obteve uma vitória tão grande ao repelir o ataque do Irão há algumas noites, porque é que os israelitas estão tão desesperados para retaliar? Quando você vence uma guerra, na maioria das vezes você reserva férias, deseja fazer uma pausa em vez de retaliar. Você adivinhou corretamente.

Israel foi amargamente derrotado naquela noite. Recebeu todos os avisos necessários do Irão. Como sabemos, o Irão deu indicações completas sobre a escala do ataque, as tácticas e o tipo de armas utilizadas. Na noite, o Irã deu a Israel 5 horas para se preparar e, ainda assim, apesar de tudo isso, o Irã conseguiu penetrar na IAF mais protegida em Nevatim e, segundo algumas fontes, também na Base Ramon da IAF. Ambas as bases aéreas estão localizadas no deserto de Negev, pouco povoado.

Israel relata uma taxa de sucesso de interceptação de 99%, mas este número é obviamente tão verdadeiro quanto a história sobre os 40 bebês decapitados.

O Irão estava praticamente a testar o sistema de defesa aérea de Israel e a eficácia das forças proxy de Israel na região: os EUA, a Grã-Bretanha, a França e também a Jordânia. Irã, se bem entendi. nem sequer usou ogivas explosivas. Não era necessário. O seu objectivo era apenas transmitir uma mensagem e testar o sistema de defesa israelita.

O Pentágono e o Ministério da Defesa do Reino Unido compreenderam a mensagem iraniana. Eles também entendem o resultado do teste de armas antiaéreas israelenses. O fracasso de Israel há duas noites é ainda maior do que a catástrofe de 7 de Outubro. Israel apostou numa estratégia e tecnologia erradas e insustentáveis. A América e a Grã-Bretanha elogiam o sucesso de Israel numa tentativa desesperada de conter o entusiasmo maníaco e autodestrutivo israelita. Mas Israel sabe que foi derrotado pelo Irão naquela noite. Percebe que investiu no sistema de defesa errado. O custo da repulsão mal sucedida de um ataque balsítico iraniano de média escala foi mais de 10 vezes superior aos meios envolvidos no ataque em si. E isso sem levar em conta os danos que podem ser causados ​​por ogivas explosivas adequadas.

Nem Israel nem o seu representante podem sobreviver 3 noites desse tipo de guerra. O Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos naquela noite. Mas o Hezbollah é capaz de lançar mais de 2.500 mísseis balísticos de médio alcance por dia durante meses.

Tudo o que foi dito acima faz da guerra israelense uma aventura fatal e sem esperança.

Gilad Atzmon

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Padre Antônio Vieira revela por que Portugal perdeu o lugar para os povos loiros do norte

 




No sermão da Epifania do Padre Antônio Vieira, pregado em 1662 , ele defende a liberdade dos índios contra a cobiça dos colonos que desejavam usá-los como escravos, e explica a razão de Portugal ter perdido a hegemonia para os Países Protestantes do Norte relacionado ao fato de a defesa da escravidão do índio ter sido feita com base no argumento de que eram os “negros da terra”:


“Nos acusam de defender os índios por que não queremos que sirva ao povo mas somente a nós o que não é verdade pois devemos defender o gentio que Cristo trouxe a nós como Ele defendeu os Magos da Tirania de Herodes pois fê-los voltarem para sua terra livres e soberanos, não lhes tirando a pátria nem a liberdade natural e é assim que zelamos que os índios permaneçam […] Mas nada disto basta para moderar a cobiça dos nossos caluniadores por que dizem que são negros [os índios] e hão de ser escravos...Ora dos Magos que vieram visitar Cristo um era preto, Belchior, seria justo que Cristo o mandasse ficar em Belém para ser escravo de São José? Bem o pudera fazer pois é Senhor mas nos quis ensinar que os homens de qualquer cor são iguais por natureza e mais iguais ainda por fé se creem e adoram o Cristo como os Magos. Um etíope se se lava na água do Zaire fica limpo mas não fica branco mas se for batizado fica ambos: limpo e branco. Por isso é tão pouco a fé dos inimigos dos índios que depois de nós os termos feitos brancos pelo batismo eles o querem fazer escravos por negros.


Não é minha intenção que haja escravos...o mesmo sucedeu a São Paulo que tendo libertado do demônio uma escrava em Filipos, na Macedônia foi vítima do motim do povo contra eles – Paulo e Silas – que foram maltratados, presos e expulsos. Pois o povo queria apenas a escrava mas ela com o demônio: pois os cativeiros lícitos sem demônio são poucos e os ilícitos com demônio são muitos […] confundidos pela evidência o que dizem? Que sem escravos não se pode sustentar o Estado! Vede que coisas para se ouvir com ouvidos católicos e apesentar a um rei cristão: que só podemos nos sustentar com a carne dos miseráveis índios. E por que os pregadores do evangelho não querem entregá-los ao açougue dizem-lhe, fora de nossas terras! Ora o Castigo de Sodoma e Gomorra foi mais moderado que será das terras que expulsaram os pregadores de Cristo!


Já considerei por que aquelas terras [ do nordeste do Brasil ] fossem dominadas, pela permissão da Divina Providência, pelos hereges do norte [ holandeses adeptos do protestantismo que dominaram Bahia e Pernambuco no século 17 ]: e a razão é que nós somos tão pretos em relação a eles como os índios em relação a nós! E era justo que se fizemos tais leis por elas se executasse em nós o castigo. É como se dissesse Deus: já que vós fazeis cativos a estes por que sois mais brancos que eles eu vos farei cativos de outros que são mais brancos que vós!


As nações umas são mais pretas e umas são mais brancas pois estão mais vizinhas ou mais remotas do sol! E pode haver maior inconsideração de alguém deve ser senhor de outro por ser ter nascido mais perto ou mais longe do sol?”


Foi o incipiente racismo dos colonos, adverso a união mística das três raças consubstanciada no Brasil e que realiza o grande ethos português como monarquia cristã obrigada a converter e salvar os gentios pois para isto Cristo fundou e instituiu o reino de Portugal, a causa da ruína lusitana. Tiremos disso uma lição sobretudo nesta hora de trevas em que brasileiros se insurgem uns contra outros estimulados pelo bolsonarismo e lulismo que promovem o ódio regionalista entre nordeste x sul/sudeste


segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

O COMUNISMO NA REVOLUÇÃO ANTICRISTÃ (1961) - Padre Julio Meinvielle

Padre Julio Meinvielle

 

    A única modalidade de 'anticomunismo' que a meu ver realmente importa (e que é ao fim e ao cabo respeitável) é aquela que se formula a partir de uma perspectiva católica tradicionalista. É, com efeito, a única abordagem que faz as conexões certas e necessárias (marxismo - liberalismo - iluminismo - reforma protestante - renascimento), fundamentando a crítica do ideário comunista a partir do único paradigma realmente coerente, consequente e portanto válido para qualquer católico sério: a Doutrina Social da Igreja. 

É o anticomunismo de um Donoso Cortés, de um Maurras, de um Chesterton e de um belo livro como este, de autoria do padre argentino Julio Meinvielle, um notável caudatário desta nobre tradição.

 Manejando com maestria e fina verve retórica o aparato conceitual da Escolástica, Meinvielle vai ao amago da questão e liga todos os pontos com precisão cirúrgica. Trata-se sobretudo de interpretar o marxismo à luz d'uma "antropologia filosófico-teológica", bem como d'uma "teologia católica da história e da cultura", como esclarece o filósofo tomista Carlos Alberto Sacheri, conterrâneo do autor, em texto de apresentação à obra. 


A obra, "Comunismo na Revolução Anticristã", do Padre Júlio 


Meinvielle parte do princípio da existência de quatro dimensões essenciais na natureza humana (ser-sensível-racional-divino), que devem funcionar em harmonia com as funções básicas de toda sociedade (economia de execução - economia de direção - política sapiencial). Tal é o ordenamento tradicional, que deriva da própria natureza do Homem. Não obstante, a partir do nominalismo no século XIV, tem início um processo de crescente desagregação, que progride através de três marcos fundamentais: o Renascimento e a Reforma - a Revolução Francesa - a Revolução Russa, que em conluio com o demoliberalismo instaura o primado absoluto da Matéria sobre o Espírito no horizonte da consciência universal. 

É uma lástima que uma obra como esta não tenha maior divulgação / difusão por estas plagas, pois poderia ser um excelente antídoto contra o anticomunismo de fancaria que se tem difundido no Brasil nas últimas décadas, uma nefasta peçonha ideológica inoculada no debate público por legiões de pseudoconservadores e liberais; no Brasil e na própria terra natal do autor, diga-se de passagem, que acaba de alçar à presidência da república um execrável charlatão useiro e vezeiro nestes ilusionismos. 


Por Alfredo RR de Sousa

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

A Igreja “Casa da Mãe Joana” das Dubia de Bergoglio

Bergoglio e Fernandez: "esta é a hora do poder das trevas" - Jesus; Evangelho de Lucas 22,53

 

Aqui no Brasil a expressão “casa da Mãe Joana” remete a um lugar onde cada um faz o que quer estando ausente qualquer lei, ordem, regra, etc. Segundo Câmara Cascudo a expressão teve origem com Joana, rainha de Nápoles que na Idade Média, normatizou os prostíbulos na cidade em que se refugiou. As respostas de Victor Fernandez, titular da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeado Cardeal por Francisco, as Dúbia enviadas por Dom Negri, Bispo de Santo Amaro nos fizeram lembrar dessa expressão e a razão é simples: os sacramentos, na nova “disciplina” da Seita Bergogliana, são porta de entrada, direitos em vez de dons de Deus. Direito por natureza é de todos os titulares sem condições outras. Pois é dessa maneira que os sacramentos passam a ser encarados.

                Um transexual pode ser batizado? Segundo Fernandez pode desde que "não gere escândalo", mas o que gera escândalo agora, nestes tempos pós modernos, num tempo em que tudo é permitido? Nada! Na mesma resposta a essas Dúbia Fernandez argumenta que o batismo pode e deve ser administrado mesmo sem as disposições subjetivas e as condições objetivas do candidato. Para legitimar esse absurdo Fernandez se vale de, pasmem, Santo Tomás ao dizer que uma vez afastadas essas más disposições, a graça santificante produzirá frutos. Mas ele não se satisfaz em usar, fora de contexto, o Doutor Angélico, se valendo inclusive de Santo Agostinho que diz que a marca indelével do sacramento do batismo não se perde apesar do pecado cometido depois dele ter sido administrado, deixando de lado as recomendações e determinações da boa doutrina e do direito canônico sobre as devidas condições e disposições do candidato ao batismo. Cabe lembrar que o direito canônico aduz que, para adultos, faz-se necessário, para ter acesso aos sacramentos, ter sido provado na vida cristã por meio do catecumenato.

Segundo Fernandez:

“frequentemente a previsibilidade de uma nova queda «não prejudica a autenticidade do propósito».

Em suma, bastaria um propósito vago, genérico e sem forma para tornar legítima a  administração dos sacramentos. A concepção de Bergoglio de uma Igreja Aberta a todos sob o símbolo de uma “Igreja Casa do Pai” ao invés da “Igreja Alfândega” contrasta com a Parábola do Filho de Pródigo que fala do retorno a Deus através dum processo de arrependimento profundo, tema banido da Igreja da Misericórdia, de Francisco.

domingo, 29 de outubro de 2023

Por que Cristo é Rei das sociedades e não apenas das almas fiéis?

 


Sem a reta doutrina sobre a Realeza de Cristo nunca entenderemos a doutrina da guerra santa cristã 


    A festa de Cristo Rei foi instituída por PIO XI, Papa de feliz memória, para relembrar ao mundo ocidental cujos estados apostataram depois das revoluções liberais do século 18 e 19 que baniram Nosso Senhor da vida pública, que Cristo é Rei também das sociedades e não só das almas não podendo a religião ficar restrita a esfera privada. A mentalidade liberal contagiou a sociedade com o vírus da laicidade que consiste em separar os negócios do Estado dos negócios da Igreja separando a vida civil da lei divina como se a consciência errônea tivesse os mesmos direitos da consciência reta, igualando falsas religiões com a verdadeira que deixa de ter a devida proteção do governo. Essa mentalidade concebe que ao Estado cabe somente cuidar da vida material e do bem estar econômico ficando indiferente às coisas da alma. Leão XIII, Papa, lembra, na sua encíclica Libertas que as leis civis devem favorecer a salvação eterna. Ao Estado cabe prestar o devido culto e honra ao Deus Verdadeiro, pois o poder só é legítimo se vem dele, fonte de toda autoridade. 


Embora Cristo seja rei sobretudo espiritual pois reina nas almas dos fiéis diz PIO XI, na Quas Primas, que:  


    ERRARIA GRAVEMENTE aquele que negasse a Cristo-homem o poder sobre todas as coisas humanas e temporais, posto que o Pai lhe conferiu um direito absoluto sobre as coisas criadas, de forma tal que todas estão submetidas a sua vontade[...]Portanto, o domínio do nosso Redentor abrange todos os homens, como afirmam estas palavras do nosso predecessor, de imortal memória, Leão XIII, que aqui nós fazemos nossas: “O reino de Cristo não se estende somente aos povos católicos, ou aqueles que, regenerados na fonte batismal, pertencem, por direito, a igreja, ainda que opiniões erradas os afastem ou a divergência os divida da caridade; mas abrange também todos aqueles que não possuem a fé cristã, de forma que todo o gênero humano está sob o poder de Jesus Cristo”. Não há diferença entre indivíduos e sociedade doméstica e civil, pois os homens, unidos em sociedade, não estão menos sob o poder de Cristo do que o estejam os homens particulares”.


Este erro de considerar Jesus somente rei das almas e não das sociedades é o professado pelos protestantes e pelos católicos liberais da linha do Vaticano II e até por tradicionalistas que recusam a luta política em prol do estado católico em nome duma espera que Cristo reine em todas as almas para só então instituir seu Reino Social. Não foi assim na Idade Média quando, em muitos casos, através da conversão de reis, leis cristãs eram estipuladas proporcionando que povos (a exemplo dos francos) adotassem a fé católica, de forma que o reino social preparava as condições para estabelecer o reino espiritual. 


    A reforma da liturgia que gestou a Nova Missa, coloca a Festa de Cristo Rei no último domingo do ano litúrgico a indicar, como diz o Padre Matias Gaudron da FSSPX no seu livro “Catecismo da Crise”, onde expôs os erros do Vaticano II, que o reinado social de Jesus não deve se estabelecer na sociedade e na história mas apenas nas almas e que devemos esperar pelo fim dos tempos, deixando a vida civil sem o fermento do evangelho; mas isto constitui uma heresia já que limita o governo de Cristo à vida dos indivíduos opondo-se de forma explícita ao ensinamento de Pio XI na Quas Primas. Foi nesta linha que Paulo VI, Papa, depondo a luta pela constituição duma sociedade cristã, deu aos católicos a permissão de se filiar em partidos laicos acabando com os partidos católicos que, fomentados por Papas como Pio X e Pio XI, foram veículos para a retomada da cristianização da política no começo do século 20. A liturgia da Missa Tridentina, neste sentido, coloca a Festa de Cristo Rei no meio do ano litúrgico a fim de ressaltar que já agora é factível um Reino Social de Jesus, conforme o ensinamento de Pio XI na Quas Primas, ou seja, uma sociedade inspirada pelo ensinamento evangélico a que chamamos "Cristandade" e que existiu, apesar de suas imperfeições, durante a Idade Média, época em que a vida social, econômica e política obedecia ao poder espiritual da Igreja e, através dela, rendia culto a Deus. 


    Não devemos confundir a cristandade com a heresia milenarista que fala dum reinado pessoal de Jesus na Terra com os justos ressuscitados por mil anos. A cristandade é antes a convergência e a sincronia entre o poder terrestre ou político e o poder espiritual ou eclesiástico, ou seja, teocracia, um governo em nome de Deus. A cristandade não é uma sociedade onde o pecado está banido mas onde está mitigado para favorecer a saúde espiritual dos homens ajudando-os a chegar no seu fim último que é Deus e a vida paradisíaca no céu. 


    Viva Cristo, Rei das almas e das sociedades!

domingo, 9 de julho de 2023

Canção Nova endossa adultério

 

Um livro que merece um auto de fé digno da inquisição espanhola

    

    A editora Canção Nova da Comunidade Carismática Canção Nova lançou um livro que tem tido bastante saída nas livrarias, sendo bem fácil de encontrar na seção religiosa de lojas como a da Saraiva, etc. O nome da obra é “Casais de segunda união, a Igreja é o seu lugar” de João Bosco e Aparecida de Fátima. O problema já começa no título pois não se trata de segunda união, eufemismo para relação adulterina. A doutrina de Cristo concebe o casamento como indissolúvel; ainda que haja casos de nulidade matrimonial somente um tribunal eclesiástico pode julgar o mérito sendo vedado ao fiel assumir um outro relacionamento caso tenha se casado na Igreja; enquanto ela não julgar que o matrimônio anterior foi nulo a atitude do católico deve ser o de espera paciente e continência sexual. Todavia as chamadas pastorais familiares tem estimulado pessoas que vivem em condição irregular a continuar mantendo vínculos objetivamente pecaminosos na esperança de conseguir uma sentença de nulidade.


    A obra em tela destaca que o novo código de direito canônico de 1983, fruto do Concílio Vaticano II, infelizmente modificou o enfoque doutrinal anterior. Antes de 1962 a Igreja enfatiza o caráter contratual do matrimônio derivando daí uma lista de direitos e deveres dos cônjuges. A partir do CVII e sua abertura ao mundo ocorre uma progressiva relativização do enfoque anterior que se não é expressamente abandonado ou negado passa a ser secundarizado. O novo enfoque é do casamento como “pacto” cujo significado seria o de “realizar o bem da comunidade conjugal na sua plenitude familiar”. O efeito disso é patente: o código anterior classificava os “casais em segundo união”, de bígamos, infames, pecadores públicos, adúlteros enfim. Quem morresse nessa condição ficava proibido de ter exéquias, enterro em cemitério católico, missas em sufrágio. Agora é diferente: não pesa mais sobre esses casais as penas canônicas atinentes ao adultério público.


    É bastante irônico que um movimento como a RCC, que preconiza uma vida de santidade, albergue propostas como esta e promova uma obra francamente herética usando toda sua estrutura editorial e comercial para divulgar um conceito laxo de casamento. O livro em tela, na página 82, preconiza abertamente o abandono dessas classificações em prol da não discriminação desses “casais” em nome da caridade. Ora a caridade implica antes de tudo no amor a Deus e ao próximo por causa dele. Mas acolher um pecador só faz sentido em vista de sua salvação e nunca em vista de amenizar o seu pecado. Pelo visto o apelo de santidade da Canção Nova não passa de palavras jogadas ao vento e está escorada, infelizmente, em uma carta aos bispos sobre questões matrimoniais lançada em 1994 que autoriza uma solução pastoral a casos de “segunda união” em que:


“os divorciados novamente casados não devem ter acesso à comunhão eucarística, mas poderiam aproximar-se desta em determinados casos, quando segundo ao juízo da sua consciência a tal se considerassem autorizados” (Carta n. 3).


    Para a Congregação para a Doutrina da Fé, permanece um único caso que se deve levar em consideração, ou seja, daqueles que estão “subjetivamente certos em consciência que o matrimônio anterior, irremediavelmente destruído, jamais fora válido”. Com esse princípio subjetivista se abriu caminho ao abismo moral que reina hoje nos ambientes conciliares: padres dando comunhão a adúlteros públicos somado a católicos se separando por qualquer motivo fiando-se na “certeza subjetiva” de que seus matrimônios foram nulos o que implementou uma situação generalizada de imoralidade sexual sob a benção do clero.


    Mais uma vez o apelo de Dom Marcel Lefebvre de que devemos resistir na fé as novidades conciliares se faz urgente e atual.


sexta-feira, 21 de abril de 2023

O "Cristo Marxismo" de Daniel Ortega

 


Embora a concordata entre o estado venezuelano e a Santa Sé – firmada em 1964 – continue vigente desde Chavez surgiram elementos de profunda tensão entre as autoridades eclesiásticas e a políticas da Venezuela logo no começo do regime. O caso da Igreja Nicaraguense tem similaridades com o status do clero católico na Venezuela que desde a ascensão do chavismo é de conflito ainda que o regime tenha se apropriado das pautas morais cristãs como criminalização do aborto e dos estudos de gênero e deixado de lado o invasionismo do estado na tocante a pautas lgbtqi+.


Quanto a Nicarágua cabe dizer que o monsenhor Carlos Enrique Herrera, presidente da CEN (Conferência Episcopal da Nicarágua), confirmou que a Polícia determinou que as procissões de Semana Santa fossem realizadas apenas nos templos o que indica que a religião católica está a virar religio ilicita no país. A Via Sacra aquática feita a mais de 40 anos no grande lago Cocibolca que é, além duma tradição religiosa um evento turístico que ajuda a economia local e os barqueiros, acabou sendo feita pelo regime de Ortega decidiu conduzir a Via Sacra no lago mas sem um padre para rezar e conduzir as 14 meditações nas respectivas estações o que além de tudo indica que o regime poderia estar indo na direção da formação duma igreja nacional a reboque do estado.


Igualmente na Venezuela a Igreja, especialmente o episcopado, foi tratada com cautela pelo Movimento da Quinta República (MVR) durante sua subida ao poder. A relevância social da Igreja no sistema politico e as críticas pessoais de alguns bispos a candidatura de Chavéz em 2002 criaram desde cedo situações de atrito. Embora não houvesse consenso entre leigos, padres e bispos em torno duma visão de país e seu regime político era percebido que o chavismo na medida que buscava hegemonizar os interesses e recursos da sociedade civil, não poderia ser positivo dada a relativa dependência da obras pias e institutos religiosos dos subsídios estatais assim como o desastre que economia chavista impunha ao setor privado acabava refletindo na diminuição da colaboração deste a Igreja. O chavismo mesmo tendo absorvido o moralismo católico popular sempre foi carregado de anticlericalismo e ambivalente face à religiosidade popular. Isto deve-se ao marxismo crioulo em relação ao estabelecimento formal do clero onde o mesmo estaria separado dos paroquianos por uma opção preferencial pelos ricos. A verdadeira doutrina salvífica estaria na revolução bolivariana: o chamado Cristo – Marxismo do MVR.


Ortega fez uma relação similar contra a hierarquia católica acusando-a de ser uma ditadura perfeita por seus membros não serem elegíveis. Fundamentada na clássica dicotomia “povo vs oligarquia” a reação chavista implicava numa releitura da teologia da libertação explicitada num discurso de Chavez sobre as missões coloniais ao dizer que “católicos imorais espalharam histórias pela América para legitimar a escravidão ao falarem que Deus quis que fossem escravos para atingir a redenção no céu mas o Reino de Deus está aqui na Terra” (In: Venezuela, Chavismo e Iglesia Católica, p.14). Dada a missão da qual o Chavismo se investiu a hierarquia católica foi associada como aliada da opressão e inimiga dos setores historicamente explorados caracterizando o catolicismo venezuelano como irremediavelmente dividido entre bispos agentes da alienação e clérigos regulares ligados as lutas pela liberação popular. Ao que tudo indica Ortega está calcado nos mesmos ideais e decidido a revolucionar o catolicismo nicaraguense na direção do Cristo – Marxismo.


Adapatado do texto de Lucas Dias Aguiar. 



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Israel se alinha a Kiev no conflito russo-ucraniano.

Tensões entre Israel e Rússia aumentam vertiginosamente

Por anos a fio alguns polemistas insistiram num alinhamento de Putin com o Sionismo, mas se isso existiu algum dia, acaba de terminar.

Por um ano inteiro, Israel tergiversou sobre uma posição clara no conflito Rússia-Ucrânia. A razão por trás da posição aparentemente confusa de Israel é que ela pode perder, independentemente do resultado. Mas o Estado de Israel é um partido neutro?

Israel é o lar de uma população de quase um milhão de cidadãos de língua russa, um terço deles chegando da Ucrânia pouco antes e imediatamente após o colapso da União Soviética. Esses israelenses, com profundas raízes culturais e linguísticas em sua pátria, são um eleitorado crítico no cenário político polarizado de Israel. Após anos de marginalização após sua chegada inicial a Israel, principalmente na década de 1990, eles conseguiram formular seus próprios partidos e, eventualmente, exercer influência direta na política israelense. O líder ultranacionalista de língua russa do Yisrael Beiteinu, Avigdor Lieberman, é um resultado direto da crescente influência desse eleitorado.

Enquanto alguns líderes israelenses entenderam que Moscou detém muitas cartas importantes, seja na própria Rússia ou no Oriente Médio, outros estavam mais preocupados com a influência dos judeus russos, ucranianos e moldavos no próprio Israel. Logo após o início da guerra, o então ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, declarou uma posição que pegou muitos israelenses e, é claro, a Rússia de surpresa. “O ataque russo à Ucrânia é uma grave violação da ordem internacional. Israel condena este ataque”, disse Lapid. A ironia nas palavras de Lapid é evidente já que Israel violou mais resoluções das Nações Unidas do que qualquer outro país do mundo. Sua ocupação militar da Palestina também é considerada a mais longa da história moderna. Mas Lapid não estava preocupado com a 'ordem internacional'. Seu público-alvo era formado por israelenses – cerca de 76% deles eram contra a Rússia e a favor da Ucrânia – e Washington, que ditou a todos os seus aliados que meias posições sobre o assunto são inaceitáveis. A subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, alertou Israel claramente em março que deve ter uma posição clara sobre o assunto e “aderir às sanções financeiras” contra a Rússia se “você (ou seja, Tel Aviv) não quiser para se tornar o último refúgio para o dinheiro sujo”.

Enquanto milhões de ucranianos escapavam de seu país, milhares desembarcaram em Israel. Inicialmente, a notícia foi bem recebida em Tel Aviv, o Aliyah israelense e o Ministério da Integração decidiram suspender as bolsas especiais para refugiados ucranianos. Enquanto isso, a posição política de Israel parecia conflitante. Enquanto Lapid permaneceu comprometido com sua postura anti-russa, o então primeiro-ministro Naftali Bennett manteve um tom mais conciliador, voando para Moscou em 5 de março para consultar o presidente russo Vladimir Putin, supostamente a pedido do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Mais tarde, Bennet alegou que Zelensky havia pedido a ele para obter uma promessa de Putin de não assassiná-lo. Embora a alegação, feita vários meses após a reunião, tenha sido veementemente rejeitada por Kiev, ela ilustra a incoerência inicial da política externa de Israel durante o conflito. Durante a fase inicial da guerra, Israel quis participar como mediador, oferecendo-se repetidamente para sediar negociações entre a Rússia e a Ucrânia em Jerusalém. Por isso, queria comunicar várias mensagens: ilustrar a capacidade de Israel de ser um participante significativo nos assuntos mundiais; assegurar a Moscou que Tel Aviv continua sendo um partido neutro; para justificar a Washington por que, como um importante aliado dos EUA, permanece passivo em sua falta de apoio direto a Kiev e, também, para marcar um ponto político, contra os palestinos e a comunidade internacional, que a Jerusalém ocupada é o centro da vida política de Israel.

A jogada israelense falhou e foi Turquia e não Israel, que foi escolhido por ambas as partes para esse papel. Em abril, começaram a surgir vídeos nas redes sociais de israelenses lutando ao lado das forças ucranianas. Embora nenhuma confirmação oficial de Tel Aviv tenha seguido, o evento recorrente sinalizou que uma mudança estava em andamento na posição israelense. Essa posição evoluiu ao longo dos meses para finalmente levar a uma grande mudança quando, em novembro, Israel supostamente concedeu aos membros da OTAN permissão para fornecer à Ucrânia armas que continham tecnologia israelense. Além disso, o jornal israelense Haaretz informou que Israel concordou em comprar milhões de dólares em “materiais estratégicos” para operações militares ucranianas. Portanto, Israel havia praticamente encerrado sua neutralidade na guerra. Moscou, sempre vigilante em relação à posição precária de Israel, enviou suas próprias mensagens a Tel Aviv. Em julho, autoridades russas disseram que Moscou planejava fechar a filial russa da Agência Judaica para Israel, o principal órgão responsável por facilitar a imigração judaica para Israel e a Palestina ocupada.

O retorno de Benjamin Netanyahu ao cargo de primeiro-ministro em dezembro pretendia representar uma mudança de volta à neutralidade. No entanto, o líder israelense de direita prometeu durante entrevistas à CNN e ao canal francês LCI em 1º e 5 de fevereiro, respectivamente, que estaria “estudando esta questão (de fornecer à Ucrânia o Sistema de Defesa Iron Dome) de acordo com nosso interesse nacional”. Mais uma vez, os russos alertaram que a Rússia “considerará (as armas israelenses) como alvos legítimos para as forças armadas russas”. À medida que a Rússia e o Irã intensificaram sua cooperação militar, Israel sentiu-se justificado em se envolver mais. Em dezembro, a Voice of America informou sobre o crescimento exponencial nas vendas de armas de Israel, em parte devido a um acordo com a US Lockheed Martin Cooperation, um dos principais fornecedores de armas dos EUA para a Ucrânia. No mês seguinte, o francês Le Monde informou que “Israel está abrindo cautelosamente seu arsenal em resposta às demandas prementes de Kiev”. O futuro revelará ainda mais o papel de Tel Aviv na guerra Rússia-Ucrânia. No entanto, o que está bastante claro por enquanto é que Israel não é mais um partido neutro, mesmo que Tel Aviv continue a repetir tais afirmações.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Expondo a ignorância sedevacantista e conservadora sobre o Magistério da Igreja

 

Sedecavantistas e conservadores abandonaram a noção de analogia caindo no barbarismo teológico 

Há dois erros sobre Magistério da Igreja:


1- Dos sedevacantistas e conservadores, uns e outros exagerando quanto ao grau de assentimento que devemos ter ao magistério ordinário dos Papas: para estes não há diferença entre o ensino solene e o ordinário.

2- Dos modernistas e neomodernistas que reduzem de tal maneira a autoridade do magistério ordinário que ele se torna um magistério humano.

Apesar das aparências em contrário o erro dos modernistas e dos sedevacantes e conservadores é o mesmo: só existe um único grau de magistério.

Porém o Magistério é uma participação no Magistério de Nosso Senhor Jesus Cristo, e essa participação tem graus diversos em virtude da maior ou menor intervenção humana em cada ato magisterial.

O Magistério Solene só se verifica quando estão presentes as quatro condições dadas pelo Concílio Vaticano I: (i) que o papa (ou o Concílio) ensine enquanto autoridade universal da igreja, (ii) utilizando a plenitude de sua autoridade apostólica, (iii) que a vontade de definir seja manifesta e (iv) que a matéria seja relativa à fé ou à moral. Se uma dessas quatro condições está ausente não haverá um ato solene de Magistério Pontifício.


Já o Magistério Ordinário tem as seguintes características:

- Do Papa: requer numerosas condições que são : a importância que dá o Papa ao documento (sempre o papel fundamental da voluntas definiendi), a importância que dão os papas posteriores, a solenidade do ensinamento, a universalidade do ensinamento, a atenção dada pelos teólogos ao ensinamento, a repercussão do documento no mundo católico em geral, a duração com que o ensinamento é pacificamente transmitido em todo o universo católico, o caráter ininterrupto do ensinamento, a importância de que goza no documento e, finalmente, a maneira com que a doutrina é apresentada no ensinamento.

- Do Papa e dos Bispos: O magistério do Papa e dos Bispos dispersos pelo mundo se exerce sob as seguintes condições:

(1º) que os bispos estejam em comunhão com o sucessor de Pedro (2º) de acordo em matéria de fé e moral, (3º) sobre uma doutrina a ser tida como definitiva. A precisão é necessária: o critério externo de definitividade permite não guardar um ensinamento provisório concordante do Papa e dos bispos (o fato que os bispos estejam de acordo em ensinar a doutrina de uma encíclica não torna tal doutrina infalível; O próprio Código de Direito Canônico expressa a necessidade de tal manifestação no Cânon 749, §3º: Nenhuma doutrina se considera infalivelmente definida, se isso não constar manifestamente). Os diversos graus de autoridade determinam os diversos graus de magistério.

Assim, quando a autoridade suprema e universal da Igreja utiliza a sua voluntas difiniendi/obligandi em matéria de fé ou moral, o Magistério atinge a participação mais perfeita no sacerdócio de Cristo, com garantia absoluta de infalibilidade, de ausência de erro. Nesse Magistério, há muito mais de divino do que de humano. Quando a autoridade suprema ensina sem querer canonizar uma fórmula definitiva, temos um grau inferior de em que a parcela humana é maior o que torna os termos desse magistério menos precisos e até passíveis - no caso de uma mera concordância momentânea entre o papa e bispos quanto a matéria provisória - de algum erro, como aduz certos teólogos. 


Com isto resta clara a ignorância seja de sedevacantistas quanto de conservadores ou modernistas no que tange ao que significa Magistério: dotados de uma estrutura mental pobre e simplória e muitas vezes ocupados numa apresentação ideológica do ensinamento da Igreja de modo a favorecer certas posições práticas tornam-se incapazes de conceber o assunto de forma reta o que exige a compreensão da analogia e dos graus inerentes aos modos do magistério.


Bibliografia:


- Dom Paul Nau. The Ordinary Magisterium of the Catholic Church. Angelus Press, 1998, Kansas City


- I. Salaverri. De Ecclesia Christi. Bac, 1955, Madrid


- Lucien, CHOUPIN. Valeur des Décisions Doctrinales et Disciplinaires du Saint Siège. Beauchesne Éditeur, Paris, 1913

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Democracia vira peido vocal no Brasil





A crise da democracia ocidental chegou com tudo no Brasil. Já não há mais consenso sobre o que ela significaria e como seria possível aplicar seus princípios o que vem fazendo que os partidos em disputa, cada um ao seu modo, defendam o fim da democracia para "manter a democracia", pasmem! Entre as razões que apontam para essa quebra da democracia para "salvá-la" temos os seguintes fatos:

1- Os bolsonaristas vem falando de Intervenção Militar para repor a ordem quebrada pela suposta fraude eleitoral em contradição ao Art 142. A hipótese aventada de decretar estado de defesa para comprovar se tivemos "quebra da lei e ordem" é inverter a ordem das coisas e usar a força para criar "provas".
2- Há, além disso, uma contradição básica no bolsonarismo que não vê o absurdo de pedir AI5 para repor liberdades constitucionais perdidas.
3- Por outro lado os adversários do bolsonarismo aderiram ao mesmo vale tudo que estão tentando deter: fizeram vista grossa quando juiz do supremo abriu inquérito e fazem agora quando Moraes afasta governador, prerrogativa de assembléia estadual.
4- Além de tudo Moraes falou de responsabilização 'política' dos bolsonaristas que se fizeram presentes no oito de janeiro, usando linguajar de tribunal revolucionário fora o fato de ter quebrado a chamada Lei Orgânica da Magistratura Nacional, cujo artigo 36, inciso III, dispõe que é vedado ao magistrado “manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem" .
5- Para piorar Gilmar Mendes já fala de limitar liberdades de reunião sob a justificativa de "salvar" a democracia o que beira a loucura já que reunir povo para deliberar e reivindicar é a essência do regime democrático. Tal lei criaria duas classes de cidadãos - a que pode se reunir e a que não pode em razão de sua ideologia, partido, alinhamento, opinião, etc - eliminando a isonomia.
6- Assim a palavra democracia foi corroída a tal ponto de ter se tornado um flatus vocis sem substância que cada grupo maneja de acordo com seus interesses. Chegamos ao que é descrito pelo escritor Millôr Fernandes: "democracia é quando eu ganho, quando é você que ganha é ditadura".
7- Sob influxo da Globo e demais cias de Mídia de Massa as pessoas estão problematizando efeitos - tentativa de golpe - sem refletir sobre causas já que o Bolsonarismo é, em boa parte, produto da crise da democracia e do lulismo, ferida na qual muitos não querem botar o dedo pois sabem que isso poria abaixo a velha classe política com a qual estão comprometidos.

Diante do exposto fica patente que a crença no império da lei já não existe mais tampouco o Estado de Direito, estuprado pelas mais altas autoridades: o terreno está pronto para uma guerra civil e isso porque vivemos uma crise ampla, fruto duma contradição básica: a CF88, feita para garantir direitos sociais, é impossível de implementar sob base neoliberal. Então temos um Brasil que garante coisas no papel mas não na prática pois fornece sub empregos, serviços de má qualidade e uma economia que não sai dos um ou dois por cento de crescimento médio ao ano. A ascensão do bozismo se deveu, em boa parte a isso: uma classe média baixa que insatisfeita com a perda de seu poder de compra passa a ver no Estado e na Política o problema depositando suas fichas no Mercado que sem conseguir oferecer saídas provoca o retorno de Lula, ante o fracasso do governo de Bolsonaro, articulado a velha política que aposta em mais do mesmo: constituição cidadã e neoliberalismo, quer dizer, programas sociais + trabalho de salário mínimo sem horizonte de um "Brasil Potência" gerador de empregos de qualidade e fortes investimentos. Para sair do impasse o Brasil precisa dum Novo Vargas que una desenvolvimentismo, soberanismo, conservadorismo religioso com bem estar social através duma nova "revolução de 30", uma ruptura institucional capaz de nos fornecer um sistema político que melhor represente aspirações sufocadas e abortadas às quais o atual regime é insensível dado o compromisso, tanto da nossa esquerda, quanto da direita e do centrão, com a ordem financeira global.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Jonas Abib: falso profeta duma falsa religião

 


"Salva-nos, SENHOR, porque faltam os homens bons; porque são poucos os fiéis entre os filhos dos homens''- Salmos 12,1

Face ao falecimento do Padre Jonas Abib, fundador da Canção Nova, comunidade mais importante da RCC Brasil (Renovação Carismática Católica) importa destacar suas graves e perigosas heresias cujo objetivo é afastar os fiéis da sã doutrina católica que considera a manifestação dos carismas algo secundário e acessório perante as três virtudes teologais, os sete sacramentos, os sete dons do Espírito Santo e a prática dos mandamentos que são muito mais fundamentais para a salvação e santidade do povo cristão. A defesa da fé exige que se denuncie a RCC como produto do revival pentecostal protestante que deita raízes no círculo “santidade”, movimento que explodiu nos USA do século 19 sob liderança de metodistas que tinham em mira a constituição duma religião pessoal desligada de controle hierárquico e episcopal, onde a segunda benção da “santificação inteira” ou novo pentecostes desencadeasse uma experiência massiva do Espírito Santo, uma verdadeira democratização dos carismas bloqueada pela vigilância clerical. Esses pentecostais preconizavam um perfeccionismo no lugar do gradualismo em matéria de progresso na vida espiritual: uma operação direta e total do Espírito Santo, desbloqueada pela experiência religiosa direta, desencadearia um boom de santidade imediata entre os mais simples fiéis. Foi esse o contexto onde a RCC nasceu quando alguns leigos foram receber das mãos de lideranças protestantes a unção da nova efusão do Espírito, na Universidade de Duquesne, na Pensilvânia, USA, estado criado por Willian Penn um Quaker que defendia um novo cristianismo simplório, sem clero e dogma sob inspiração direta do Espírito Santo. Cristo nunca anunciou demonstrações de carismas que levasse as turbas a um estado de histeria emocional como costuma ocorrer nos eventos carismáticos como se confiasse em poderes hipnóticos e na auto sugestão a fim de poder fazer discípulos por meio de gestos sensacionais. Os milagres do Novo Testamento eram inteiramente diferentes dos pretendidos pelos movimentos carismáticos de hoje em dia. O interesse nisso é sintoma de morbidez espiritual pois ao colocar ênfase nas manifestações mais materiais da religião o aspecto espiritual dos ensinamentos da Igreja ficam em segundo plano e com eles a prática das virtudes cristãs perdem espaço para fenômenos supostamente sobrenaturais cujo interesse é expressão de gula e soberba espiritual. Cristo disse a Tomé: bem aventurados os que não viram mais creram. Para a RCC é preciso ver, experimentar para crer. São como os judeus incrédulos do tempo de Cristo que diziam a Jesus no calvário: se és o Messias, desce da cruz! A estas massas necessitadas de constantes provas materiais da verdade imaterial Nosso Senhor já respondeu: nenhum sinal lhes darei a não ser o de Jonas. Isto deve ser o bastante para o cristão.

Lista de erros da RCC:

1- A Igreja Católica não terá futuro se não virar um misticismo amplo e irrestrito: “ O futuro do catolicismo depende da hierarquia mudar de discurso e práxis a fim de levar qualquer católico de qualquer idade a ser um místico” - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 35

2- O catolicismo se racionalizou em demasia e deve recuperar a experiência direta de Deus - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 68

3- Nos primeiros cinco séculos a Igreja era carismática mas deixou de ser quando se clericalizou; o Vaticano II e a RCC são a restauração do caráter carismático da Igreja - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 72

4- A Igreja deve mudar ao ponto de profecias, curas, línguas estranhas, sejam normais e frequentes nas manifestações públicas de fé ( missas, procissões, etc) - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 73.

5 – O Espírito Santo é o Deus abscôndito, desconhecido, dos católicos onde ele se encontra em estado de coma ou anestesiado - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 35.

6- A RCC não é mais um Movimento da Igreja mas a Igreja em Movimento, o Espírito Santo em ação, cabendo a ela primazia em toda a Igreja - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 80.

7- O antigo pentecostes não foi suficiente, por isso a RCC é um Novo Pentecostes - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 81.

8 – O cristianismo é uma religião da experiência não da doutrina - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 82/83.

9- O novo pentecostes começou fora da Igreja Católica – Padre Jonas Abib no site da CN :

Mensagem do dia Segunda-Feira, 25 de fevereiro 2008


A nova vitalidade divina na Igreja


O Papa Leão XIII consagrou o século 20 ao Espírito Santo, mas, infelizmente, nós, Igreja, não estávamos prontos. Depois na tarde do outro dia, um grupo de evangélicos pentecostais, em sua maioria negros, receberam os Pentecostes, e a partir daí começaram os Cenáculos. Houve falhas, mas os pentecostais são lindos e santos. Isso não só gerou homens santos, como também retornaram o Pentecostes e os Cenáculos. Essa graça aconteceu, mas por quantos preconceitos e por quantas lutas – até por parte de nós católicos – os pentecostais passaram. O Papa João XXIII mal tinha acabado o Concílio de 1965, e em 1966 já aconteceu o derramamento do Espírito Santo. E daí começaram a surgir grupos de oração nos finais de semana. A Renovação Carismática Católica é a efusão do Espírito; depois do Concílio, Deus viu que o “odre” estava novo e colocou o “vinho novo”, que é o Espírito Santo. A partir de Pentecostes a Igreja expressa a vitalidade divina, que se manifesta com os dons dos carismas. E nós precisamos dessa vitalidade.


Seu irmão,Monsenhor JonasAbib”

10 – A igreja católica é a videira do Senhor, enquanto que a rcc é a FIGUEIRA, uma árvore diferente - Quem quiser ler na íntegra.: http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/pentecostes/2005/eventos.php?id=%207177

11- RCC é um Novo Sacramento: “A Igreja precisa deste sacramento que somos nós, a Renovação Carismática Católica: vejam mais - http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/pentecostes/2005/eventos.php?id=%207174

12- Cristo vai reinar na Terra durante o Milênio segundo padre Abib: https://gloria.tv/post/3KeTt9LrJTDw1paMk4MeWrDkD

13- Salvação é só pela fé segundo padre Abib: "A primeira necessidade de um cristão é ter a certeza de sua salvação" - Padre Jonas Abib A Bíblia foi escrita para você, ed Loyola, 1993, p. 16

14- O Deus do NT é diferente do Deus do AT: "O Deus do Novo Testamento traz inovações, se comparado ao Deus manifestado no Antigo Testamento. O Deus de Jesus não é um legislador, mas um Pai. Perdoa sem exigir compensações; perdoa porque, sendo os homens seus filhos, os ama. Em compensação, os homens são fiéis a ele, não para evitar o castigo infligido por um Juiz, mas porque é seu Pai. Assim a religião segundo a ordem da Lei é substituída por um laço familiar irracional" - Christian Diquoc O. P. "Os carismas, formas sociais do caráter imprevisível da graça" In Carismas, ed. cit. P. 94.

15- RCC é um novo modo de ser católico longe do catolicismo das obras - Padre Alírio Pedrini SCJ, “Experiência de Deus e RCC”, Edições Loyola, p. 84

16 – Defesa do sacerdócio feminino: "Excluir as mulheres do acesso ao ministério seria, de fato, voltar a legalizar o carisma. Seria criar uma lei segundo a qual se determinasse que os seres humanos, em razão de seu sexo -- uma condição natural, portanto-- são a priori, excluídos de qualquer apropriação pelo Espírito Santo, em vista de ajudar a comunidade de forma ministerial ou sacerdotal. Não é o carisma que faz eclodir aqui, o institucional, mas é o institucional que limita o carisma" - Christian Diquoc O. P. "Os carismas, formas sociais do caráter imprevisível da graça" In Carismas, ed. cit. P. 100

17- A Igreja Católica não é o instrumento exclusivo da Graça: “Um dos modos em que se manifesta aos nossos dias este modo de agir do Espírito para além dos canais institucionais da graça é o chamado «batismo no Espírito» da” - P. Raniero Cantalamessa O.F.M.Cap. – Primeira pregação de Quaresma na Casa Pontifícia, 2021.

18 – O Novo Pentecostes é maior que a Igreja Católica e deve unir todos os cristãos pela experiência ecumênica do Espírito Santo: "a Renovação Carismática Católica (RCC) é parte de uma corrente de graça ecumênica" - Estatuto do Charis, Serviço internacional para a renovação carismática católica, p.1 (https://www.charis.international/wp-content/uploads/PT_Estatutos_CHARIS.pdf)

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A incapacidade de Lula e Bolsonaro revelada por Carl Schmitt

 

Dois incapazes e traidores

A eleição presidencial de 2022 no Brasil aponta a um profundo processo de lavagem cerebral por duas alas ideológicas que enganam a população com promessas irrealizáveis no atual sistema democrático burguês que molda a estrutura do estado. Lula promete empregos, cerveja e picanha – inviável sem a quebra da PEC do Teto, imposta pelo sistema financeiro ao qual o PT, desde 2002, está vinculado – e Bolsonaro acena com defesa dos costumes, segurança e combate a corrupção – apelando a uma pauta conservadora ao mesmo tempo que se mantém dentro do esquema capitalista global que o financia. A vanguarda dessas duas alas apostou numa campanha suja e mentirosa: dum lado a esquerda fala de ameaça a democracia – da qual Bolsonaro é produto - enquanto a direita, na falta de propostas concretas, apela para uma ameaça comunista inexistente. No fim das contas ambos contribuem para a continuidade desse modelo politico onde vigora um controle oligárquico das altas finanças mascarado de democracia produzindo o medo dum golpe militar ou dum golpe comunista, duas realidades longínquas, para mobilizar massas e garantir votos dos idiotas úteis, ingênuos demais para saberem que estão sendo usados e para qual fim os utilizam. Todo esse processo, todavia, mostra que o povo, manietado por duas forças políticas que apelam para anseios legítimos, está votando em ambas pelas razões certas – costumes e trabalho - mas enganados quanto a capacidade delas de encaminharem a solução.


Daí a importância de resgatar o pensamento de Carl Schmitt nessa hora grave do país. O teórico político alemão mostra a incapacidade do parlamentarismo burguês em proteger o povo dos seus inimigos. Um povo somente existe quando ele pode determinar autonomamente, existencialmente, quem é amigo e quem é inimigo. Quando um povo renuncia a essa responsabilidade em prol de um ideal apolítico como “humanidade”, “direitos humanos”, “democracia”, “respeito às liberdades” o político enquanto poder não desaparece do mundo: desaparece apenas um povo fraco incapaz de se defender das ameaças. Exemplo disso é o que saiu recentemente no Jornal Gazeta do Povo sobre como o Lobby do Aborto no STF é financiado por ONGs dos EUA/ Europa. O Brasil está a beira dum inverno demográfico sem ter vivido um auge civilizacional – algo incomum e que pode nos condenar a jamais ocupar um lugar de relevância na história da civilização pois estamos envelhecendo antes de virarmos uma potência, vocação a qual o Brasil é chamado pelo seu imenso território – e isso por que nunca formos capazes de opor resistência àqueles que impedem nosso desenvolvimento. Isto está diretamente relacionado ao modelo parlamentar que adotamos , cópia da Europa Ocidental e do sistema estadunidense. Pertence à essência do liberalismo burguês – criado por Guizot, teórico francês - não tomar decisões, e, por isso, a burguesia política pode ser descrita como ‘uma classe que discute’”, que transfere toda atividade política ao discurso parlamentar ou à via da imprensa. A discussão liberal seria uma prova manifesta de um modo de pensar tipicamente conciliatório, incapaz, por isso, de gerar decisões necessárias a defesa do povo.


Por isso, se ao Parlamento é feita a pergunta “Cristo ou Barrabás?”, ela é respondida com uma moção de adiamento ou com a instalação de uma comissão de inquérito. E aqui o objetivo é simples: retirar da mão do Estado e do Povo a capacidade de decidir contra interesses estabelecidos. Num quadro de crise histórica o Estado Liberal é incapaz de resolver as necessidades vitais duma nação pois para um liberal a lei é norma inflexível e as constituições verdadeiras “bíblias”. Um Estado Forte que não seja limitado pelo direito é juso quando estamos perante o risco duma futura extinção a medida que vamos sendo sugados pelos poderes financeiros internacionais. É fundamental ressaltar isto dado que o liberalismo se caracteriza por ser um “Estado de Direito” no qual seu poder é limitado pela Constituição. E aqui se evidencia a hipocrisia subjacente ao Bolsonarismo e ao Petismo: se o primeiro fala de “revolução comunista iminente” e o outro de “ameaça de uma nova ditadura militar” seria de esperar que ambos defendessem medidas draconianas, ou seja, Estado Forte, mas ao contrário apelam para “liberdade” ou “democracia” em suma, a velha receita de enfraquecimento do país frente as supostas ameaças internas que ambos alegam existir e que não poderiam ser resolvidas por meio do diálogo democrático ou garantia das liberdades. Neste momento a nós nacionalistas e dissidentes, absoluta minoria num país que enlouqueceu, resta explicar as massas que um governo submetido aos banqueiros não pode prover nem empregos de qualidade, nem fim da corrupção e do crime, nem defesa dos valores morais. É necessário, enquanto somos minoria, fazer um trabalho de crítica e esclarecimento desmascarando a mentira petista e da direita liberal conservadora mostrando que só uma frente nacionalista que reafirme nossa Soberania pode nos libertar e que as promessas dos políticos do sistema não passam de ilusão.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

É falso que a Igreja maltratou índios nas escolas do Canadá

Francisco diz no Canadá que "fé não pode ser imposta" porém isso não aconteceu nas escolas indígenas administradas pela Igreja no Canadá: na maioria dos casos os pais indígenas mandavam seus filhos a estes estabelecimentos por livre vontade. 

 


    Um grupo de cerca de uma dúzia de acadêmicos no Canadá não acredita em toda a história sobre as escolas residências, administradas por freiras e padres, para crianças indígenas, que o Papa Francisco endossou chegando ao disparate de pedir perdão sobre fatos nunca comprovados. Antropólogos militantes pela pauta decolonial com ajuda da mídia internacional criaram a narrativa de que religiosos católicos associados ao estado canadense, teriam perpetrado um “genocídio” cultural e maus tratos generalizados sob a justificativa de salvar almas e civilizar selvagens. Porém diversos historiadores profissionais negam a versão assumida por Bergoglio. “Nenhum corpo foi encontrado”, disse Jacques Rouillard, professor emérito do Departamento de História da Université de Montréal, ao The Post. “Após meses de recriminações e denúncias, onde estão os restos mortais das crianças enterradas na Escola Residencial Indígena Kamloops?” Larry Read, porta-voz dos responsável pela comissão que analisa a denúncia, confirmou que nenhum corpo ainda foi exumado da escola Kamloops e nenhuma data foi definida para iniciar as escavações. Ele acrescentou que o relatório que mostra os resultados do radar de penetração no solo (GPR) não foi divulgado. Rouillard, que primeiro defendeu o que disse ser uma total falta de evidências para as valas comuns em um ensaio de janeiro, não nega que abusos graves possam ter ocorrido em escolas residenciais. 

Mas ele e outros questionam a narrativa altamente carregada sobre a escola Kamloops, que inclui crianças sendo assassinadas e enterradas no que alguns alunos do passado dizem ser um pomar de macieiras. Sarah Beaulieu, antropóloga da Universidade de Fraser Valley, foi contratada para escanear e pesquisar o local. Ela disse que sensores remotos detectaram “anomalias” e “reflexos” que indicam os restos mortais de crianças. Eles usam muitas palavras como ‘genocídio cultural'”, diz Rouillard e que “Se isso for verdade, deve haver escavações. Tudo é mantido vago. Você não pode criticá-los. Os canadenses se sentem culpados, então ficam quietos.” Os membros da “Primeira Nação”, índios que se consideram os descendentes dos indígenas que viviam no país antes da chegada dos europeus acreditavam há muito tempo que a área continha os restos mortais de estudantes de Kamloops. Quando eles decidiram usar os fundos federais que conseguiram durante o Covid para contratar um especialista para procurar os restos mortais, os resultados foram rápidos o que aponta para uma provável fraude paga para favorecer uma pauta política. Do ponto de vista do analista Yellowhorn, a evidência real da vala comum no local de Kamloops é escassa. Tudo o que o radar mostra é que existem anomalias ou reflexos”, disse ele. “A única maneira de ter certeza é descascar a terra e verificar o que está por baixo. Não chegamos ao ponto em que podemos fazer isso. É um trabalho enorme.” Apesar de seu próprio ceticismo, Yellowhorn diz que é perfeitamente possível que, se as escavações forem realizadas em Kamloops, restos humanos reais possam ser encontrados, assim como em 2014 na Irlanda, depois que o radar de penetração no solo mostrou anomalias em uma das notórias mãe do país e lares de bebês. Já a professora canadense Frances Widdowson disse que ninguém se atreve a questionar os líderes indígenas no Canadá nos dias de hoje, o que torna difícil verificar suas alegações sobre restos mortais de crianças enterrados. 

Afinal, os detentores do conhecimento não podem ser questionados, porque fazer isso seria visto como ‘desrespeitoso'”, escreveu Widdowson em “The American Conservative” em fevereiro. Widdowson é um ex-professor titular da Mt. Royal University em Calgary. Widdowson escreveu que a conversa “sinistra” de crianças indígenas enterradas circulou por mais de 25 anos e “agora está firmemente arraigada na consciência canadense”. Mas ela disse que não há provas concretas. Os professores canadenses também discordam dos relatos de que pelo menos 150.000 crianças indígenas foram forçadas a frequentar escolas residenciais, o que agora é aceito como evangelho no Canadá. Flanagan e outros historiadores dizem que o número é, na melhor das hipóteses, enganoso – porque uma grande porcentagem de pais indígenas optou voluntariamente por escolas residenciais, pois eram a única maneira de seus filhos obterem educação. 


Tom Flanagam, historiador da Universidade de Calgary


O caso de Tomson Highway, um Cree puro-sangue, mostra isso; ele é um conhecido compositor, autor e pianista canadense. Agora com 70 anos, ele conta que “a escola mais próxima de onde sua família perambulava como nômades ficava a 300 milhas ao sul, então a ideia de podermos caminhar alguns quarteirões até a escola ou pegar o ônibus para o ensino médio era um luxo inimaginável, não conseguíamos conceber isso”, disse ele. Então, para receber educação, Highway disse que entrou na Guy Hill Indian Residential School, em Manitoba, em 1º de setembro de 1958. Highway, que escreveu sobre sua infância sub-ártica em “Permanent Astonishment” do ano passado, disse que credita seus anos passados em Guy Hill por seu sucesso na vida. Fui porque meu pai queria”, disse Highway sobre seu pai, um caçador de caribus e campeão de trenós puxados por cães que era analfabeto. “Meu irmão mais velho também era analfabeto. Ele não queria que a mesma coisa acontecesse com o resto de nós, crianças. Então nós fomos."Highway disse que a escola de Guy Hill não era perfeita e que ele testemunhou e sofreu alguns abusos. Mas “não vi nenhuma morte estranha”, disse ele. “Muitos dos brancos de lá eram gentis. A educação que obtive lá... me preparou para a vida”. 


Tomsom Higwhay


Diante do exposto o endosso de Bergoglio a esta acusação é uma irresponsabilidade e um verdadeiro perigo sobretudo por que ela vem sendo ecoada para promover queima de Igrejas no Canadá e posterior eliminação do cristianismo através de um acerto de contas com o Catolicismo por supostos crimes cometidos na era colonial.